Educação no Rio com bons resultados
De acordo com os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e do Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Saerj), o Rio está entre os estados onde o crescimento da taxa média de aprovação escolar foi mais significativo. O índice de reprovação e de abandono também diminuiu 3,6% e 1,3% respectivamente. Isso significa que os alunos estão abandonando menos as escolas, o que equivale ainda ao menor índice de repetência. “O resultado é animador”, disse a diretora pedagógica da Coordenadoria Regional da Educação, Maria Lídia Santana de Souza. Em contraponto, o Sepe afirma que os resultados ainda estão incompatíveis com a realidade das escolas.
Segundo ela, os números positivos foram alcançados devido ao trabalho intenso nas unidades escolares da rede, da coordenadoria e também da secretaria estadual de Educação, que vem realizando diversos projetos a fim de incentivar os alunos. Em todos os 11 municípios da região Norte e Noroeste Fluminense existem 106 escolas estaduais, sendo 53 só no município de Campos.
— As ações que estão sendo desenvolvidas em todas as escolas estão nos mostrando um resultado positivo, o que demonstra que nós estamos seguindo pelo caminho certo. No entanto, ainda há muito a ser feito — disse Maria Lídia. Ela informou ainda que os índices foram alcançados também por alguns projetos como o Controle de Frequência Escolar e as aulas de reforço gratuitas para os alunos do Ensino Médio. Para avaliar se a meta está sendo alcançada, diversas avaliações são realizadas durante o ano letivo. Em todos os bimestres, a prova chamada “Saerjinho” é realizada em todas as turmas, preparando os alunos para a prova do Saerj, que é aplicada no mês de outubro, onde os alunos que alcançam os melhores resultados são contemplados com um notebook. Além do Saerj, a cada dois anos, a Prova Brasil também é aplicada.
Os resultados avaliados nas provas de 2009 a 2011 apontaram que a taxa de aprovação da rede estadual cresceu 5%. Inclusive a 1ª série do Ensino Médio, que era considerada aquela em que menos se aprova e foi a que demonstrou maior progresso: 5,6 pontos percentuais. Já no Ensino Fundamental, o aumento na Taxa de Aprovação também foi de cerca de 5%. “Nós vamos continuar os nossos trabalhos e, principalmente, mostrar aos alunos que a escola pode ser um ambiente prazeroso, o que resultará em boas notas e, consequentemente, melhor rendimento escolar”, finalizou Maria Lídia.
A diretora do sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Graciete Santana, afirmou que os resultados constatados não indicam a melhoria na educação do estado. Segundo ela, a política de educação ainda está muito aquém a que deveria estar sendo aplicada nas escolas da rede.
— Esse resultado não nos convence, já que a realidade das escolas estaduais nos mostra um lado completamente diferente deste que está sendo afirmado. O índice de evasão escolar é grande e a taxa de reprovação também é significativa. Em 2009, o Brasil esteve entre o pior país em desempenho escolar e nós acreditamos que a melhora tenha acontecido, mas ainda assim, não há motivos para comemorar — afirmou Graciete.
Ela disse ainda que a valorização profissional também deveria ser o foco da pesquisa, já que os problemas referentes a ela, como o baixo salário dos professores e a consequente paralisação escolar, são prejudiciais aos alunos. “Não basta apenas que realizem boas ações para manter o aluno na escola, se o profissional da educação não está sendo devidamente valorizado. Ainda há muito a ser feito”, disse.
Ulli Marques
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