Mães de alunos da Creche do Parque Imperial realizaram uma
manifestação na manhã desta quinta-feira, em frente à instituição
localizada à margem da RJ 216 (Campos – Farol). Segundo relataram, as
professoras da unidade se recusaram a receber os alunos depois de uma
docente ter sido agredida por uma mãe na última segunda-feira. As
professoras alegam que não podem trabalhar sem ter uma auxiliar de
creche dentro de sala, para ajudar no trabalho com as crianças. No ato,
as mães fecharam uma parte da estrada com galhos e pedaços de madeira,
entre 8h e 9h30. A manifestação acabou depois que os professores foram
informados que a Educação enviaria os profissionais solicitados, o que
acabou acontecendo com o encaminhamento de um auxiliar ontem, e mais
três ainda esta semana.
A técnica de enfermagem Michelle Fernandes de Araújo, 29 anos, é mãe
de um menino de um ano e sete meses que estuda na creche. Ela contou
que chegou na manhã de ontem, com outras mães, para deixar o filho na
unidade mas as professoras se recusaram a aceitar. “Elas falaram que não
iam aceitar as crianças hoje porque não tinha auxiliar na sala de aula.
A turma do meu filho está sem aula desde terça-feira passada porque
estava sem auxiliar, só ontem (quinta-feira) que chegou o profissional.
Tiraram a pessoa da portaria para ficar como auxiliar na sala”,
contou. A mãe também reclamou que a creche não oferece água mineral
para as crianças, apenas quando as próprias professoras compram.
Um grupo de professores – que pediu para não ser identificado por
medo de represálias – contou que uma docente foi agredida por uma mãe na
última segunda-feira. “Na parte da tarde, a professora estava com uma
turma de 14 alunos e sem auxiliar. A sandália de um aluno sumiu, e ela
procurou e não encontrou. Então, a mãe ficou chateada e agarrou no
braço da professora, deixou o braço arranhado”, contou uma das
profissionais. De acordo com ela, a professora agredida não registrou
ocorrência por medo. A mãe que seria a autora da agressão, de 32 anos,
contou a reportagem apenas que teria segurado o braço da professora, não
agredido.
As professoras ainda contaram que na terça não houve aula, pois elas
reivindicavam as auxiliares para as salas. A secretaria de Educação
teria prometido que os profissionais estariam na unidade na
quarta-feira, mas isso não aconteceu. Elas afirmaram que não vão receber
os alunos até que tenham auxiliares. Por telefone, o coordenador do
Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Carlos Santafé,
informou que a entidade não havia sido acionada, e que não tinha
conhecimento do caso.
A secretaria de Educação informou ainda que já está sendo instaurada
uma sindicância, para apurar o caso da possível agressão à professora,
feita por uma mãe.
Lohaynne Gregório
Nenhum comentário:
Postar um comentário