Pesquisa da secretaria municipal de Defesa do Consumidor
(Procon-Campos) constatou aumento de 9,5% em relação ao ano anterior no
preço material escolar. O levantamento, feito em 10 lojas do município,
abrangeu 53 itens. Fornecedores informaram que grande parte deste
aumento é resultado do preço do papel, que subiu bem acima da inflação,
que foi de 5,91%. Mas o que chama atenção na pesquisa é a diferença de
preços de um mesmo produto de um estabelecimento para outro. A diferença
chega a mais de 500%.
De acordo com a secretária de Defesa do Consumidor, Rosangela
Tavares, o vilão da vez é o papel. Livros didáticos, papel ofício,
cartolina, cadernos e demais derivados vão pesar na lista de produtos
exigidos pelas escolas. Os livros didáticos têm preços tabelados pelas
editoras, mas para os demais itens da lista de material escolar vale a
velha regra de pesquisar bem antes de fechar a compra. A alta do dólar e
a carga tributária sobre alguns itens também contribuíram para o
aumento.
Segundo Rosangela, esta diferença pode ser explicada pela qualidade
do produto. “Sabemos que alguns itens têm uma qualidade superior, com
melhor acabamento e durabilidade. Entretanto, diferenças absurdas devem
ser examinadas com muito cuidado pelos consumidores, para não pagarem
por um luxo desnecessário”, destaca.
Enquanto as aulas não começam, a secretária recomenda que
consumidores devem pesquisar muito antes de comprar material escolar e
uniformes. “Nesse momento, todas as lojas da cidade estão com uma boa
oferta de produtos e até com algumas promoções. Nessa hora, a melhor
recomendação é pesquisar e pesquisar muito, pois sempre aparecem
produtos com bons preços”, frisa a secretária.
Ela ressalta que a solicitação de material escolar de uso obrigatório
pelo aluno é de livre escolha da instituição, que, no entanto, não pode
exigir a compra de material de uso coletivo. “O que é regra para os
pais de é que a escola tenha uma boa proposta pedagógica, equipamentos
modernos, ambiente adequado e profissionais preparados, onde os filhos
possam ser bem adaptados e crescerem como cidadãos”, aponta Rosangela.
Governo tributa canetas e apontadores
Apesar das queixas relacionadas ao preço do material escolar, a
chance de um alívio na conta que aflige os pais a cada começo de ano
está distante. Embora tramitem no Congresso propostas para retirar
tributos federais e deixar produtos mais baratos, a possibilidade
esbarra na pouca disposição do governo de conceder benefícios.
Levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT)
indica que, no caso de canetas, réguas e apontadores, o peso dos
impostos chega a quase metade do preço cobrado.
Projetos dos deputados Paulo Pimenta (PT) e Agripino Maia (DEM-RN)
tramitam Congresso para tentar reduzir a carga tributária. Para o IBTP,
caso as proposições vingassem, o preço dos produtos beneficiados teria
queda de pelo menos 10% para o consumidor. O problema é a sinalização
contrária do Palácio do Planalto e da equipe econômica.
Renato WanderleyFoto: Valmir Oliveira
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