SOS EDUCAÇÃO EM CAMPOS

O Blog tem por objetivo ser um espaço aberto para a divulgação de notícias sobre educação, sociedade e cidadania em Campos e região. Tendo como referência a educação como principal fonte de promoção da cidadania.

terça-feira, 25 de março de 2014

Prefeitura pagará promoção horizontal a 2.811 professores


Por Telmo Filho
A Prefeitura de Campos vai pagar, no final do mês de abril deste ano, a promoção horizontal, que é a passagem dos professores da rede do seu padrão de vencimento para outro, imediatamente superior, pelos critérios de merecimento e tempo de serviço dedicado à educação municipal. Dois mil oitocentos e onze professores serão beneficiados, sendo 800 de creches e 2.011 de escolas.

O secretário de municipal de Administração e Gestão de Pessoas, Fábio Ribeiro, explicou que este pagamento é mais um passo para a implantação do Plano de Cargos e Salários dos profissionais. Ele disse que os professores também irão receber no próximo mês o reajuste salarial de 7%, bem como todos os servidores municipais.

- A Prefeitura também concedeu para os profissionais que atuam em sala de aula os 10% de regência e 100% de RET (Regime Especial de Trabalho) -, lembrou.



Postado por: Secom - 25/03/2014 16:10:49

Rosinha antecipa pagamento dos servidores

Renato Wanderley
Foto: Folha da Manhã
Os servidores municipais de Campos vão passar os 179 anos de elevação à categoria de cidade, na próxima sexta-feira, dia 28 de março, com dinheiro no bolso. A prefeita Rosinha Garotinho antecipou o pagamento do funcionalismo, que inicialmente estava previsto para os dias 26, 27 e 31, para esta terça, quarta e quinta-feira. Com isso, serão injetados na economia do município R$ 59.835.492,17. Além da antecipação, o servidor ganhou outro presente: um feriadão até a próxima segunda-feira, já que a prefeita resolveu decretar ponto facultativo no dia 28. “Esta medida beneficia os servidores, especificamente, que receberiam no último dia, 31, após o aniversário da cidade, no dia 28, quando será ponto facultativo”, diz a prefeita.
Rosinha destacou, ainda, que encaminhou na semana passada projeto de lei para a Câmara de Vereadores concedendo reajuste antecipado para o mês de abril da ordem de 7% para os servidores municipais. “O índice é superior à inflação do IPC-A nos últimos 12 meses, que está acumulado em 5,26% e representa o esforço do município na valorização do servidor público. Considerando o reajuste dado em 2013, o total acumulado no biênio é de 17,7%”, observou a prefeita.
Na avaliação do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campos, Roberto Escudine, a injeção de quase R$ 60 milhões na economia de Campos é salutar, na medida em que boa parte destes recursos tem como destino final o comércio. “A antecipação, com certeza, vai movimentar o comércio neste final de mês. Muita gente aproveita para fazer compras ou saldar uma dívida. O salário do servidor movimenta a economia campista e a antecipação foi uma boa notícia para o setor”, disse Escudine.
Também o presidente da Carjopa, Eduardo Chacur, saudou a antecipação salarial da Prefeitura. Segundo ele, o setor está pronto para atender ao funcionalismo municipal. “O comércio da região central é bem diversificado e tem lojas para todos os tipos e gostos. “Esta antecipação vai proporcionar uma revitalizada no comércio de Campos, afinal, são quase R$ 60 milhões que vão chegar para a economia do município”, frisou Chacur,
Já o comerciante Luiz Carlos Chicri disse que o setor não vive um bom momento, com vendas em queda. “A prefeita Rosinha vai dar uma boa ajuda ao comércio campista com esta antecipação. As lojas já estão abastecidas com as coleções de outono-inverno e outras promovendo liquidações dos estoques de verão. Vai ser um bom final de mês”, prevê o comerciante.

Mais uma vítima da violência em nosso país...

IML confirma que criança morreu vítima de espancamento em Maceió

Josival dos Santos Nascimento, 6, morreu na manhã desta terça no HGE.
Pais da criança contam que ela se envolveu em uma briga com colegas.

Vítima iria completar 7 anos no dia 31 de março
O Instituto Médico Legal (IML) de Maceió infomrou à reportagem do G1 que a causa da morte do menino Josival dos Santos Nascimento, 6, na manhã desta terça-feira (25), foi espancamento. A criança estava internada no Hospital Geral do Estado (HGE) e os pais dela contam que houve uma briga entre o menino e dois colegas em que ele apanhou muito. O laudo do médico-legista deve sair em 10 dias úteis.
Muito emocionado, o pai Josival Francisco Ferreira, servente de pedreiro, contou que a briga foi por causa de uma brincadeira. "Ele brincava com dois amigos de chimbra [bola de gude], quando colocou o pé na frente e os outros dois ficaram irritados e começaram a brigar. A menina segurou meu filho e o irmão dela, que deve ter uns 9 ou 10 anos, bateu muito nele com chutes e socos", conta.
Ferreira, que é separado da esposa, disse que vizinhos chegaram a levantar a hipótese de o padrasto ter batido na criança, mas ele não acredita nesta versão. "Ele não faria isso com meu filho", afirma.
A briga, segundo a mãe da criança, Maria Rosimeire dos Santos, ocorreu na última sexta-feira (21). "Ele estava sentindo uma dor no estômago e levei ele nos posto de saúde no dia seguinte. Contei para médica que ele tinha brigado, mas ela achou que ele estava ruinzinho por causa de uma gripe. Ela medicou meu filho e fomos embora. Na segunda-feira fui de novo ao posto perto de casa, porque a dor dele não passava. Mas não tinha pediatra e o médico de lá disse para eu trazer ele para o HGE e eu trouxe", diz a mãe com a voz embargada de choro. O menino iria completar sete anos no próximo dia 31 de março.
A titular da Delegacia de Crime contra Criança e Adolescente, Rosimeire Vieira, explica que esse caso será investigado pela Delegacia de Homicídios. "Como houve espancamento e a criança acabou morrendo, cabe à delegacia especializada investigar. Se a criança não entrasse em óbito, nós que agiríamos", explica.

 Fonte: G1.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Ministério Público evita o fechamento de escolas rurais no Rio de Janeiro


Alana Gandra
Da Agência Brasil, no Rio de Janeiro
 
 
Depois de reuniões com representantes da administração municipal e das comunidades rurais, o promotor de Justiça Cível do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) em São Fidélis, no norte fluminense, Fabiano Rangel, conseguiu manter em funcionamento sete das nove escolas rurais que a prefeitura local havia decidido fechar, em razão da migração da população do campo para a cidade.
Segundo a assessoria de imprensa do MP-RJ, o fechamento prejudicaria mais de 140 filhos de agricultores e pessoas que trabalham e moram na área rural daquele município.
"O que foi legal nesse trabalho é que eu estive lá, em cada  localidade do interior, e conversei com toda a população. Estive em cada uma das escolas. Foi dessa forma que a gente foi conseguindo reverter o quadro", disse o promotor.
Rangel disse perceber um movimento crescente de saída de famílias do campo em direção ao centro de São Fidélis. Informou que é difícil hoje encontrar agricultores no município e até fazer negócios no ambiente rural. Daí a preocupação em preservar as escolas do interior em funcionamento, projetando para o futuro, caso ocorra uma reversão do quadro de migração populacional.
"A gente não teria meios de fornecer educação para as pessoas que precisam. Nós temos essa preocupação, sim. Eu vi que essa é uma realidade nacional. Muitas prefeituras estão fechando as escolas no meio rural, no sentido de diminuir os gastos públicos e favorecer a gestão escolar e o manejo dos fundos destinados à educação. Mas isso vai causar um aumento do analfabetismo e da evasão escolar, sem sombra de dúvidas. Essa foi uma preocupação que a gente teve, nesse episódio", relatou.
Fabiano Rangel concordou com a prefeitura em relação à desativação de duas unidades. Em uma delas, a decisão se baseou no fato de ela ter apenas dois alunos para este ano, enquanto a outra atendeu a pedido dos próprios moradores com filhos em idade escolar, que consideraram que outra escola seria mais conveniente e ofereceria um  número maior de dias de ensino letivo. Além disso, havia problemas estruturais no prédio e dificuldades de comparecimento por parte da professora. "Isso tudo prejudicava o ensino das crianças".
O promotor de Justiça Cível explicou que a prefeitura queria realocar todas as crianças que estudavam nas unidades rurais em uma única escola, situada no centro do município.
"Eu entendo que, culturalmente, tanto para a criança e seus parentes, como para a própria sociedade, que vive em torno de uma escola, ela é a única representação oficial naquele local. É onde o governo se realiza. Então, achei que o fechamento seria uma medida muito prejudicial, não só à criança, que nunca saiu daquele ambiente e teria de ir para a cidade grande sozinha, sem seus pais, como também  para os moradores de lá, que não teriam o seu centro de referência social".
A MP-RJ recomendou, ainda, a oferta de creche e pré-escola, pela prefeitura, nas localidades rurais visitadas.

Profissionais de creches não estão preparados para formar leitores

Elton Alisson
Da Agência Fapesp

Os docentes e responsáveis pelas bibliotecas de creches e berçários públicos não estão preparados para desenvolver atividades de formação de leitores com as crianças de 0 a 3 anos. Além disso, o Programa Nacional Biblioteca da Escola possibilitou que as instituições de educação infantil públicas no país passassem a contar, nos últimos 17 anos, com um acervo de livros com quantidade e qualidade suficientes para a realização de atividades voltadas a contribuir para a formação de leitores.
As coleções de livros do programa, instituído pelo MEC (Ministério da Educação) em 1997, não contemplam, no entanto, as especificidades pedagógicas da primeira infância – de 0 a 3 anos.
As conclusões são da pesquisa "Literatura e primeira infância: dois municípios em cena e o PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola) na formação de crianças leitoras", realizada no Departamento de Didática da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp (Universidade Estadual Paulista), campus de Marília, e no Departamento de Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp de Presidente Prudente.
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Confira nove brincadeiras que melhoram a capacidade de leitura10 fotos

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Letras iguais - Apresente para a criança objetos que tenham letras soltas, podem ser letras de plástico ou até sopa de letrinhas. Peça que ela agrupe as letras iguais. Esse processo é importante durante a aquisição da escrita, pois permite que as crianças tomem conhecimento e compreendam as palavras que podem ser formadas. A inclusão de exercícios com letras na educação de crianças melhora o desenvolvimento na alfabetização, afirmam especialistas. As atividades foram retiradas e adaptadas do livro "Corpo, atividades criadoras e letramento", da editora Summus Editorial, escrito por Marina Teixeira Mendes de Souza Costa, Daniele Nunes Henrique Silva e Flavia Faissal de Souza Rogerio Canella/Folhapress
"Constatamos que a quantidade e a qualidade das coleções de livros do PNBE são muito boas, mas estão mais voltadas para crianças maiores, a partir de 3 anos", disse Cyntia Graziella Guizelim Simões Girotto, professora do curso de Pedagogia da Unesp de Marília e coordenadora do projeto, durante sua palestra no evento.
"Também há um despreparo dos professores e cuidadores e de toda a equipe das escolas para trabalhar com essas crianças pequenas não só em atividades relacionadas à formação de leitor, mas também para compreender as potencialidades das crianças", afirmou Girotto.
Durante o projeto, os pesquisadores analisaram o acervo de obras literárias do PNBE voltados à educação infantil. Uma das principais constatações foi a de que as coleções, compostas por mais de 150 obras, não contemplam as especificidades das crianças abaixo de 3 anos em termos de projeto gráfico, editorial, estético e literário.
"Não defendemos que seja preciso estabelecer regras para a literatura infantil, mas há especificidades que não podem ser desconsideradas nos livros voltados à primeira infância", afirmou.
"As crianças nessa fase de desenvolvimento não leem do mesmo modo que uma criança em fase de alfabetização, tampouco como um leitor maduro. Mas já ensaiam, pelo contato direto com o livro, o que denominamos de 'ações embrionárias do ato de ler', atribuindo sentidos às ações iniciais dos modos de ler", disse Girotto.
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Para treinar leitura, crianças contam histórias para gatos órfãos10 fotos

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Como parte do programa "The Book Buddies" (amigos dos livros, em tradução livre), crianças da Pensilvânia (EUA), em idade escolar correspondente ao ensino fundamental brasileiro, leem para gatos que estão esperando por adoção na ONG Animal Rescue League. A ação é usada para melhorar as habilidades de leitura dos alunos e fazer com que eles ganhem confiança. Os animais podem propiciar suporte e conforto para os jovens leitores, além de não julgarem possíveis erros. Segundo pesquisadores da Universidade Tufts, os estudantes mostraram foco e melhoria na escola Mark Makela/Reuters

Práticas de leitura

Os pesquisadores também fizeram um mapeamento de como as crianças com até 3 anos têm acesso a livros nas instituições públicas de educação infantil com base em entrevistas com 520 professores, 60 coordenadores pedagógicos e 55 profissionais responsáveis pela biblioteca de 71 creches e berçários dos municípios de Marília e Presidente Prudente, no oeste paulista.
Foi constatado que cerca de 80% desse universo de instituições ainda não utiliza o acervo recebido do PNBE. Em algumas instituições, as coleções ficam em estantes da biblioteca, armários ou em caixas perdidas na instituição ou dividem espaço com produtos e materiais de limpeza.
"O pressuposto de que só a quantidade e a qualidade das obras são condições suficientes para o desenvolvimento de atividades de formação de leitores na educação infantil não é verdadeiro", avaliou Girotto.
De acordo com a pesquisadora, uma das razões da subutilização dos livros da coleção do PNBE nas instituições avaliadas é o despreparo da equipe de docentes e responsáveis pelas bibliotecas para colocar em prática atividades voltadas à formação de leitor na primeira infância.
Apesar disso, professores, coordenadores pedagógicos e profissionais responsáveis pelas bibliotecas das instituições participantes do estudo destacaram, durante as entrevistas realizadas pelos pesquisadores, que consideram importante o processo de ofertar e estimular o contato das crianças com o livro. "Mas muitos acreditam que só contar histórias ou ler em voz alta para as crianças é o suficiente", disse Girotto.
Segundo a pesquisadora, o mediador de leitura pode – e deve – ler e contar histórias para as crianças. Mas também é preciso que a criança seja colocada em contato direto com o livro para tateá-lo, explorá-lo e imitar os adultos e, dessa forma, iniciar sua formação como leitor.

Leitura pode danificar seriamente sua ignorância!!!

Foto: Leia a bula.
Verdade!!! Por isso não existe investimento em leitura aqui no nosso país, pois os governantes necessitam de um povo ignorante para permanecer no poder... Não há investimentos em bibliotecas, a maioria das escolas não tem biblioteca e as que tem não tem um bom acervo literário... 

sexta-feira, 21 de março de 2014

Educação e Pode Popular - Tese da Unidade Classista para o XIV Congresso do Sepe

Tese da Unidade Classista - Educação/RJ: http://zip.net/bymQhH

XIV Congresso do SEPE - de 26 a 29 de março

Via SEPE/RJ - www.seperj.org.br
XIV Congresso do SEPE - de 26 a 29 de março

O Congresso é o mais importante fórum de deliberação do Sepe, maior sindicato do estado do Rio. A sua finalidade é a de organizar a categoria para as suas lutas, adequando a estrutura interna da entidade para a defesa dos direitos dos profissionais e da escola pública. Os filiados do sindicato podem participar das assembleias para a escolha dos delegados nas Regionais do Sepe, na capital, e nos núcleos nos demais municípios. Se informe pelo nosso site: www.seperj.org.br – participe!

XIV Congresso do SEPE - de 26 a 29 de março
O Congresso é o mais importante fórum de deliberação do Sepe, maior sindicato do estado do Rio. A sua finalidade é a de organizar a categoria para as suas lutas, adequando a estrutura interna da entidade para a defesa dos direitos dos profissionais e da escola pública. Os filiados do sindicato podem participar das assembleias para a escolha dos delegados nas Regionais do Sepe, na capital, e nos núcleos nos demais municípios. Se informe pelo nosso site: www.seperj.org.br – participe!

21 de Março - Dia Mundial da Síndrome de Down, a maior limitação ainda é o preconceito!!!


5 de Abril - Seminário sobre a lei federal 11.738 - 1/3 para atividades extraclasse

A questão de 1/3 da carga horária para planejamento vem afligindo nossa categoria. Vamos discutir profundamente a questão em nosso seminário.
É importante que pelo menos um professor por escola participe.

Creche recebe auxiliar e vai apurar denúncia

 
 
Mães de alunos da Creche do Parque Imperial realizaram uma manifestação na manhã desta quinta-feira, em frente à instituição localizada à margem da RJ 216 (Campos – Farol). Segundo relataram, as professoras da unidade se recusaram a receber os alunos depois de uma docente ter sido agredida por uma mãe na última segunda-feira. As professoras alegam que não podem trabalhar sem ter uma auxiliar de creche dentro de sala, para ajudar no trabalho com as crianças. No ato, as mães fecharam uma parte da estrada com galhos e pedaços de madeira, entre 8h e 9h30. A manifestação acabou depois que os professores foram informados que a Educação enviaria os profissionais solicitados, o que acabou acontecendo com o encaminhamento de um auxiliar ontem, e mais três ainda esta semana.
A técnica de enfermagem Michelle Fernandes de Araújo,  29 anos, é mãe de um menino de um ano e sete meses que estuda na creche. Ela contou que chegou na manhã de ontem, com outras mães, para deixar o filho na unidade mas as professoras se recusaram a aceitar. “Elas falaram que não iam aceitar as crianças hoje porque não tinha auxiliar na sala de aula. A turma do meu filho está sem aula desde terça-feira passada porque estava sem auxiliar, só ontem (quinta-feira) que chegou o profissional. Tiraram a pessoa da portaria para ficar como auxiliar na sala”, contou.   A mãe também reclamou que a creche não oferece água mineral para as crianças, apenas quando as próprias professoras compram.
Um grupo de professores – que pediu para não ser identificado por medo de represálias – contou que uma docente foi agredida por uma mãe na última segunda-feira. “Na parte da tarde, a professora estava com uma turma de 14 alunos e sem auxiliar. A sandália de um aluno sumiu,  e ela  procurou e não encontrou. Então, a mãe ficou chateada e agarrou no braço da professora, deixou o braço arranhado”, contou uma das profissionais. De acordo com ela, a professora agredida não registrou ocorrência por medo. A mãe que seria a autora da agressão, de 32 anos, contou a reportagem apenas que teria segurado o braço da professora, não agredido.
As professoras ainda contaram que na terça não houve aula, pois elas reivindicavam as auxiliares para as salas. A secretaria de Educação teria prometido que os profissionais estariam na unidade na quarta-feira, mas isso não aconteceu. Elas afirmaram que não vão receber os alunos até que tenham auxiliares. Por telefone, o coordenador do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Carlos Santafé, informou que a entidade não havia sido acionada, e que não tinha conhecimento do caso.
A secretaria de Educação informou ainda  que já está sendo instaurada uma sindicância, para apurar o caso da possível agressão à professora, feita por uma mãe.

Lohaynne Gregório

Após cancelamento de processo seletivo, Prefeitura de SJB divulga nota

Conforme a Folha Online informou (aqui), após ação do Ministério Público, os processos seletivos para contratos temporários lançados pela Prefeitura de São João da Barra para diversas secretarias foi cancelado. Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) será assinado no próximo dia 26. Os resultados parciais das secretarias de Saúde, Educação, Assistência Social e Coordenação de Defesa Civil já haviam sido divulgados.
NOTA OFICIAL – Prefeitura de São João da Barra
A Prefeitura de São João da Barra esclarece que o Processo Seletivo Simplificado em andamento desde o dia 12 de fevereiro, contemplando vários setores da administração municipal, prossegue dentro da normalidade, porém sem previsão de contratação imediata. A medida atende recomendação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, emitida no dia 20 de março de 2014, para a não realização de nenhum processo seletivo simplificado, nem prorrogação ou contratação de trabalhadores sem concurso público para qualquer área a partir da referida data. Uma reunião entre representantes do Poder Executivo e do Ministério Público está agendada para o dia 26 de março para tratar do assunto.

XIV Congresso do Sepe: Informe para os delegados

O Sepe informa que os delegados inscritos para o Congresso do Sepe que tiveram pendências (quitação e/ou filiação), poderão resolvê-las no SEPE CENTRAL até o sábado (dia 22/03) até 18h. Após essa data, estas pendências poderão ser resolvidas no Congresso - credenciamento.


Informamos também que cada TESE GERAL terá direito a 3 observadores.

Atenção Aposentados da rede estadual!

Lembrando que hoje (dia 21) e na segunda (dia 24), o Sepe Campos estará realizando plantão até às 20 horas para garantir que todos os aposentados da rede estadual realizem o cadastramento para a Ação  do Nova Escola. O prazo está terminando, provavelmente o atendimento no Sepe Campos será até às 17 horas do dia 25 de março (3ª feira). Existe a possibilidade de prorrogação, mas ainda não foi definido. Não deixe para última hora.

21 de Março - Dia Internacional contra a discriminação racial!

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quarta-feira, 19 de março de 2014

Queremos salário digno e não reajuste de 7%

A educação de Campos amarga uma defasagem de no mínimo 20% e no entanto o que temos é um reajuste salarial de 7% como se ainda fosse um favor. Pois o valor que foi anunciado hoje, foi divulgado como um reajuste "acima da inflação", sim realmente está acima da inflação e aquém da valorização dos profissionais, que além de sobreviver com baixos salários, trabalham em condições precárias. 
Enquanto isso, a prefeitura de São João da Barra dá um reajuste de 12% para o funcionalismo público. Campos,o 5º maior orçamento municipal do Brasil, não tem dinheiro para pagar um salário digno para os seus servidores,mas para a política de pão e circo como os shows de Farol os cofres públicos transbordam. Simplesmente ABSURDO!

Prefeita concede reajuste de 7% aos servidores já em abril


Por Sérgio Cunha

A Prefeita Rosinha Garotinho vai encaminhar na tarde de hoje (quarta-feira, 19) projeto de lei para a Câmara de Vereadores, concedendo reajuste antecipado para o mês de abril da ordem de 7% para os servidores municipais. O índice é superior à inflação do IPC nos últimos 12 meses, que está acumulado em 5,26% e representa o esforço do município na valorização do servidor público. Considerando o reajuste dado em 2013, o total acumulado no biênio é de 17,7%.

O impacto da folha de pagamento nos últimos 12 meses é de R$ 109 milhões, até o mês de fevereiro de 2014, fruto do reajuste acima da inflação concedido em 2013 e a chamada de mais de quase 3 mil concursados aprovados no concurso público, realizado em 2012, 10% de regência para os profissionais que atuam em sala de aula e 100% do Ret, entre outros benefícios.

A Prefeita Rosinha Garotinho destaca que a adoção de políticas públicas de modernização da administração municipal, com a geração de empregos e atração de novos empreendimentos, tem possibilitado o município a concessão de reajustes acima da inflação, a partir do aumento da arrecadação própria, já que não é permitido, por Lei Federal, o uso de royalties do petróleo para pagamento de pessoal do quadro permanente.

O reajuste contempla também a mais de três mil servidores municipais aposentados e pensionistas, que recebem diretamente do Tesouro Municipal, considerando que o Instituto Previdenciário está formando fundo para o pagamento de futuros benefícios, a partir de 2016.

 

Postado por: Frânio abreu - 19/03/2014 12:49:36

Governo do DF pede que polícia investigue uniforme com erro de português

Do UOL, em São Paulo

A Secretaria de Educação do Distrito Federal encaminhou na tarde desta segunda-feira (17) um ofício à Polícia Civil com um pedido de investigação sobre a origem de uniformes escolares com erro de português. Até agora, a secretaria já identificou mais de 20 camisetas em que a palavra ensino aparece escrita com "C".
"Encontramos fortes indícios de fraude nessas camisetas. Elas divergem das cerca de 3.000 distribuídas para essa escola. Há divergência de fontes, da disposição da imagem e da intensidade das cores", afirmou o subsecretário de infraestrutura e apoio educacional, Marco Aurélio Soares Salgado.
As peças foram distribuídas no Centro de Ensino Médio 01, em Brazlândia.
A Polícia Civil só deve se manifestar sobre o caso amanhã, já que ainda não foi notificada oficialmente do pedido da secretaria.

A violência continua crescente nas unidades escolares...

Foto de Rosi Couto.

terça-feira, 18 de março de 2014

Desmilitarização da Polícia Militar JÁ

"A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra".

Excelente definição do IDEB

Foto de Denize Alvarenga Azevedo.

Realidade do professor no nosso país...

Pura realidade...

Um lugar sem sentido

Gustavo Morita

A carência generalizada de bibliotecas nas escolas brasileiras está inscrita num contexto em que pesam a desvalorização da cultura leitora e o modelo educacional adotado historicamente pelo país


Luciana Alvarez
  
Em 2010, apenas 35% das escolas brasileiras contavam com bibliotecas

Brasileiro não gosta de ler. Na era digital, o livro é dispensável. Bi­blioteca é lugar para onde vai quem está de castigo. Inevitavelmente imerso na cultura de desvalorização da leitura e na relação do brasileiro com o objeto livro, o ambiente escolar é o local em que chavões como esses convivem com a falta de acesso a espaços compartilhados de leitura. Como, então, a escola consegue cumprir seu papel de propulsora da democratização da cultura leitora no Brasil?

Os números falam por si: mais de 15 milhões de alunos brasileiros estudam em escolas sem bi­bliotecas, um equipamento bá­si­co. Diante do quadro, cabe questionar: qual a importância da biblioteca para a formação educacional? Entre as consequências de sua ausência no espaço escolar são apontadas dificuldades no período de alfabetização, no desenvolvimento da autonomia para a aprendizagem e no acesso a outros conhecimentos, diminuindo a capacidade de abstração e argumentação.
É verdade que aquele ambiente silencioso e sacralizado não parece mais fazer sentido nos tempos atuais. Mas, ao invés de descartar o volume de informação ali acumulado, é preciso ressignificá-lo, de modo que esse espaço faça sentido para os jovens contemporâneos. Por outro lado, se o Brasil ainda não conseguiu nem igualar a oportunidade de acesso a um espaco compartilhado de livros, a questão é urgente: uma escola sem biblioteca continua sendo uma escola? A legislação, ao menos, tenta indicar que não. A partir de 2020, todas as escolas de ensino fundamental e médio no Brasil devem ter uma biblioteca, segundo a lei federal 12.244/10. Serão seis anos de muito trabalho.

Educação e cultura
O cenário atual é grave e não há qualquer sinal de que uma evolução rápida esteja a caminho, mesmo após a sanção da lei da universalisação das bibliotecas. Em 2010, o número de escolas (públicas e particulares) de nível fundamental com bibliotecas era de 35% e, no ensino médio, de 72% – houve apenas um ponto percentual de melhoria em cada nível de ensino.

É no ensino fundamental que a falta de bibliotecas encontra uma realidade mais dramática: apenas 30% das escolas públicas oferecem o equipamento nessa etapa de ensino, e 43% dos alunos estudam sem ela. Na escola privada elas também fazem falta: 28% das escolas não oferecem esse equipamento e 18% dos alunos estudam sem ele. Em âmbito nacional, as escolas municipais são as mais deficitárias – só 22% contam com acervos organizados.
Com o tempo passando, a legislação parece cada dia mais longe de chegar a ser cumprida. O Censo Escolar mostra que, em dois anos, foram implantadas 317 bibliotecas em escolas fundamentais e 650 em instituições de nível médio. Ainda faltam mais de 99 mil. Em 2010, era necessário construir 28 novas bibliotecas por dia no país para chegar em 2020 com 100% de cobertura. Dois anos mais tarde, o ritmo precisa ser de 34 bibliotecas por dia.
Para Ivete Pieruccini, professora do curso de biblioteconomia e coordenadora do laboratório de infoeducação da Universidade de São Paulo (USP), a carência generalizada desse espaço está inscrita em um contexto sociocultural complexo, em que pesam a falta de uma cultura de bibliotecas e o modelo educacional adotado historicamente pelo Brasil.
“Nos países anglo-saxões, por razões históricas ligadas à religião e à leitura da Bíblia, o livro é visto como uma fonte de conhecimento e informação, assim como o professor”, explica Ivete. “Aqui nós usamos as bibliotecas para preservação do patrimônio cultural escrito, dentro de uma outra lógica. A biblioteca não é vista como indispensável porque a educação não a incorporou como fonte de informação. O professor é a fonte única, que responde por todos os problemas de preenchimento de conteúdo.”
Efeitos na educação
A lógica educacional transmis­siva, diz Ivete, embora esteja sendo repensada atualmente por causa das novas teconologias, ainda é bem aceita em quase todos os meios, e é por isso que certos pais aceitam pagar mensalidades para que seus filhos estudem em instituições sem bibliotecas. “A população, mesmo a que faz parte de circuitos econômicos privilegiados, não tem ideia da importância do papel da biblioteca na formação educacional. Para eles, um bom professor com um livro didático dão conta.”

Para Carlos da Fonseca Brandão, professor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), do campus de Assis, a falta de bibliotecas reflete a deficiência no processo de alfabetização e colabora com ele. “Uma criança bem alfabetizada gosta de ler; as com dificuldade, não querem ler.” Ao ter uma biblioteca disponível, é mais provável que a criança pequena tenha seu desejo de conhecer o mundo das letras despertado, o que torna a alfabetização mais fácil.
Gustavo Gouveia, coordenador da Rede de Bibliotecas do Instituto Brasil Leitor (IBL), lembra que a falta de um espaço para consulta e leitura não dirigida afeta diretamente a capacidade da escola de formar um cidadão leitor, assim como atrapalha o desenvolvimento da autonomia na aprendizagem.
“Um aluno sem acesso a uma biblioteca fica impossibilitado de se habituar a esse espaço que concentra informações. Ele vai para a sala de aula, aos laboratórios, sempre coordenado, dirigido”, afirma. “É na biblioteca que ele tem a oportunidade de adquirir conhecimento de maneira informal, acessar a informação que ele deseja, não necessariamente direcionado”, explica.
Repensando o espaço
Mas para que investir recursos humanos e financeiros em um local tão pouco utilizado pelos alunos hoje em dia? Mesmo num mundo cada vez mais digital, com os jovens procurando novas plataformas, ainda faz sentido brigar para que bibliotecas sejam criadas, acredita Christine Fontelles, do Instituto Ecofuturo, voltado para a promoção da leitura e escrita. “É preciso haver um local para acessar livros, não importa se o suporte seja impresso ou digital. Em Madri, já existe uma biblioteca que empresta tablets. O importante é que todos possam se tornar íntimos da ação da leitura”, afirma ela.

De fato, uma mídia não exclui a outra. Mas, como o país ainda não foi capaz de universalizar sequer as bibliotecas tradicionais, a discussão sobre a convivência do livro em papel com o digital parece um problema distante da maioria dos alunos Brasil afora. O importante, segundo Christine, é que a biblioteca faça sentido, seja entendida e projetada como um local para o despertar de um novo prazer. Portanto, não basta o acesso aos livros, embora ele seja uma pré-condição. É preciso ir além. “Se a leitura é impositiva, fica chata. É preciso, por exemplo, dar liberdade para os alunos escolherem um título – por que todo mundo tem de ler a mesma coisa ao mesmo tempo? Ninguém nasce leitor, tudo é aprendizado”, diz.
Para Ivani Nacked, diretora de projetos do IBL, o déficit de bibliotecas e a falta movimentação em torno do tema refletem a desvalorização do ato de ler na sociedade brasileira. “A biblioteca é vista como um lugar sisudo, fechado. O livro por vezes é endeusado, proibido de estar no chão, tem de estar na estante. Isso causa um distanciamento”, acredita.
Portanto, antes de discutir a implantação de uma nova biblioteca, é preciso um processo de reflexão sobre esse espaço, recomenda Ivani. “O que é um acervo? Uma estante com livros? O silêncio tem de imperar? Uma biblioteca não pode ter um acervo musical? O foco não é só a palavra escrita. Deve ser uma sala onde todos possam se encontrar para aumentar seu repertório cultural.”
A biblioteca pode, portanto, ser um ambiente que integre várias manifestações, um lugar agradável que dois amigos escolhem para se encontrar para desenhar enquanto ouvem música, por exemplo. Para trazer as crianças e jovens para dentro desse ambiente rico, é necessário ouvir a opinião deles sobre o assunto, em vez de haver decisões exclusivas dos dirigentes. “O jovem sempre traz algo desconhecido para a escola; ele tem muito a contribuir. Perguntar o que ele deseja da biblioteca, para que seja um espaço que pertença a todos, não seja excludente, é um bom primeiro passo”, afirma Ivani.
Exemplo dos professores
Mesmo tão ausentes, as bibliotecas escolares ainda são a principal fonte de acesso a livros para crianças e jovens com idades entre 5 e 17 anos, revela a pesquisa Retratos da leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro. Foram elas as responsáveis por 47% dos títulos lidos por essa faixa etária.

No levantamento mais recente, divulgado em 2012, os estudantes haviam lido em média 3,41 livros nos três meses anteriores ao questionário, sendo que 2,21 foram indicados pela escola e apenas 1,20 por iniciativa própria (aqui estão incluídos todos os tipos de livro, de literatura, didáticos e até a Bíblia). Apesar do índice baixo, quem está estudando lê bem mais do que quem já saiu da escola: 74% dos estudantes leem, contra 31% dos não estudantes.
E o professor se mostra o principal agente influenciador da leitura; dos cinco mil entrevistados, 45% apontaram seus mestres como quem mais influenciou seu hábito de leitura. Nas edições anteriores, as mães foram as mais citadas.
Mas os docentes, de forma geral, não se mostram bons exemplos de leitores. Compilação de dados da plataforma educacional QEdu, com base no questionário socioeconômico da Prova Brasil, apontou que nem metade dos professores da rede pública leem no seu tempo livre – apenas 45% disseram ler sempre ou quase sempre.
Para Andrea Berenblum, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), é urgente preparar os professores para esse cenário. A professora do Instituto de Educação fez, a pedido do MEC, em 2005, uma avaliação diagnóstica do Programa Nacional da Biblioteca Escolar (PNBE). Suas conclusões foram de que a distribuição de acervos é “bem necessária”, porém, insuficiente como política de formação de leitores. Uma medida conjunta, acredita ela, seria a capacitação dos docentes.
“É fundamental considerar e refletir sobre as inúmeras dificuldades dos professores para trabalhar com os livros nas escolas, a ausência de formação que lhes permita pensar criticamente sobre sua prática pedagógica e discutir diferentes concepções de linguagem, de leitura e de escrita, os limites no aproveitamento do material disponível e a angústia pela falta de tempo para exercitar a própria leitura”, diz a pesquisadora.
Segundo Andrea, políticas de fomento à leitura e de formação de leitores precisam se centrar não apenas na distribuição de acervos, mas em garantir a qualidade do trabalho pedagógico com a leitura e a escrita. “Isso envolve levar em consideração, ademais e principalmente, as reais condições em que os profissionais da educação estão desenvolvendo o seu trabalho cotidiano nas instituições educacionais.”
Esses fatores poderiam explicar por que, quando chegam à escola, os livros são ‘escondidos’, sem serem disponibilizados para a comunidade (leia mais na página 43). Para Brandão, da Unesp, o triste cenário atual só vai melhorar se houver vontade política em todas as esferas. “É preciso entender as responsabilidades dos níveis da federação. O governo federal tem o PNBE, os municípios têm a obrigação de gastar 25% da receita dentro da escola. Agora é preciso usar esses recursos disponíveis”, afirma.
Trabalho de longo prazo
No ranking de escolas com e sem bibliotecas no Brasil, o estado em melhor situação, o Rio Grande do Sul, tem 74% das escolas de nível fundamental e 95% das de nível médio com bibliotecas. O bom resultado, no entanto, vem de um trabalho bem anterior à legislação de 2010.

Na década de 1950 foi criado dentro da secretaria de Educação um setor responsável pelas bibliotecas. Em 1988, foi estabelecido um “horário semanal de leitura” no currículo da rede estadual. Em 1989, a Constituição Estadual determinou que as escolas públicas e particulares deveriam ter bibliotecas. Desde então, o Conselho Estadual de Educação só aprova a abertura de novas instituições se elas tiverem o equipamento. Pela lei estadual, o acervo mínimo é de quatro volumes por estudante.
“A continuidade das políticas públicas faz a diferença”, afirma a bibliotecária Maria do Carmo Ferreira Mizetti, coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas Escolares.
Mesmo assim, apesar das décadas seguidas de esforço, ainda faltam 1.700 bibliotecas escolares no Rio Grande do Sul. Maria do Carmo aponta algumas dificuldades. “Em algumas escolas, o número de alunos aumentou e a biblioteca acabou virando sala de aula. Em escolas muito pequenas, o acervo fica inteiro numa estante, não há uma biblioteca de fato.”
A coordenadora também cita a falta de biblioteconomistas como entrave para a evolução das já existentes. “Estamos terminando um manual sobre o funcionamento de uma biblioteca, para que o profissional que assumir possa ter métodos eficientes de trabalho.”

Confusão de nomes
O estado mais rico do Brasil, São Paulo, contraditoriamente aparece no Censo Escolar como um dos menos equipados, ficando abaixo da média nacional, com bibliotecas em 29% dos estabelecimentos de ensino de nível fundamental. A rede estadual é a de pior índice entre os 26 estados e Distrito Federal: somente 9% das escolas oferecem bibliotecas a seus alunos. No ensino fundamental, são 433 escolas com bibliotecas e um déficit de 4.455.

Segundo a secretaria estadual de Educação, porém, todas as escolas possuem acervo disponível aos alunos para consulta e leitura. O baixo índice alcançado no levantamento oficial do MEC seria um problema de nomeclatura. Existe um programa oficial da secretaria chamado Salas de Leitura – mas na prática elas funcionam como bibliotecas normais.
No entanto, ao responder o Censo, os dirigentes das escolas assinalam que elas possuem “salas de leitura” em vez de “bibliotecas”. Segundo a secretaria, quase três mil escolas participam do programa Salas de Leitura, número que equivale a 65% de todas as unidades da rede.
Aberta das 7h às 23h, durante todos os turnos de aula, a sala de leitura da Escola Estadual João Octavio dos Santos, no morro do Bufo, em Santos, se parece com uma biblioteca tradicional. Estantes de livros separados por temas e indicação de faixa etária recobrem as paredes. No meio da sala, decorada com desenhos de alunos, estão dispostas seis mesas circulares com cadeiras. Há também uma TV com aparelho de DVD e um data-show, além de mesa para atendimento.
“Não temos a figura do bibliotecário, mas dois professores ficam responsáveis pela sala. Eles receberam treinamento para a função e trabalham muito o lado pedagógico”, afirma a diretora, Maria Madalena de Almeida Serralva. “Se um aluno teve uma aula sobre a Segunda Guerra e se interessou pelo assunto, eles podem indicar os livros de história, ou de literatura, que tratem do tema”, exemplifica Maria Madalena sobre como o trabalho da sala é naturalmente articulado com o currículo.
Com livre acesso a todos os alunos, e também aos pais, a sala possui um acervo que atende desde o primeiro ciclo do fundamental ao ensino médio. “As crianças menores são as que mais leem. Muitas vêm aqui no recreio e leem um depois do outro. É importante para formar o hábito”, afirma a diretora.
Os controles de empréstimos ainda são feitos em cadernos de papel, escritos à mão. A informatização da sala está prevista para este ano. A secretaria de Educação informou que há um sistema específico para as bibliotecas da rede, em que é possível consultar o acervo de todas as escolas já conectadas e, se for preciso, o estudante pode buscar um livro em uma outra unidade. A reportagem da revista Educação visitou também salas de leitura de outras quatro escolas na capital paulista e todas seguem o mesmo padrão.
Cabe perguntar se, independemente da nomenclatura, os alunos brasileiros apartados do mundo da leitura poderão enfrentar deficiências não apenas na vida escolar, mas na vida prática, e no seu papel como cidadãos.

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