SOS EDUCAÇÃO EM CAMPOS

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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ideb: Cambuci bem, Campos mal

 
 

Cambuci também teve melhor desempenho que Campos no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb-2011) da rede municipal. O município do Noroeste Fluminense alcançou 4,7 pontos, enquanto Campos, a maior cidade do interior do estado do Rio, conseguiu somente 3,6. Vale destacar que em Cambuci se encontra a escola estadual que apresentou o segundo maior Ideb nacional, que foi a Waldemiro Pitta. Segundo a secretária de Educação, Maria Aparecida Machado, que assumiu o cargo em janeiro deste ano, o objetivo é fazer mais melhorias para que o Ideb continue crescendo. Já em Campos, a secretária de Educação, Joilza Rangel, informou que o município está entre as 10 melhores cidades do país em frequência escolar e que vem desenvolvendo ações, em parceria com o Governo Federal, para melhorar o rendimento escolar.

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Ideb é calculado a partir de dois componentes: ta-xa de rendimento escolar (aprovação) e médias de desempenho nos exames padronizados aplicados pelo Inep. Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo Escolar, realizado anualmente pelo Inep. As médias de desempenho utilizadas são as da Prova Brasil (para Idebs de escolas e municípios) e do Saeb (no caso dos Idebs dos estados e nacional).
Segundo Maria Aparecida, que não estava à frente da pasta durante o processo de estudos do Ideb, algumas coisas foram feitas para tentar alcançar a meta projetada pelo Ministério da Educação (MEC).

— Houve aumento do piso salarial e melhorias no ambiente físico de algumas escolas, como a climatização de salas de aula. Agora, estamos investindo em material didático, uniformes, implantação do Plano de Carreira, merenda, entre outras coisas — explicou Maria Aparecida.

Em nota, a Prefeitura de Campos informou que dentro da política de valorização dos servidores, o governo, através da secretaria municipal de Educação, supera o piso nacional da categoria, mesmo depois do reajuste de 22,22% da-do pelo Ministério da Educação.

— O reajuste prevê que os professores passem a ganhar R$ 1.451 para jornada de 40 horas semanais. No entanto, o governo municipal já vinha pagando a todos os professores, salários acima do piso nacional — dizia a nota.

Valorização profissional é caminho na visão do Sepe

Para o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), em Campos, a Prefeitura deveria investir em valorização profissional e melhorar a infraestrutura das escolas. A coordenadora geral, Christini Marcelino, contou que desde 2009 o sindicato vem fazendo denúncias sobre a situação. “A educação de Campos pede socorro. Há carência de profissionais nas escolas, que também não apresentam condições dignas de trabalho e isso atrapalha o bom desempenho do aluno. Além disso, algumas escolas foram fechadas. Nós do Sepe não nos surpreendemos com o resultado obtido”.

Christini destacou medidas como a implantação de uma eleição direta para escolha de diretores e a convocação dos concursados. “Essas são questões que o sindicato vem lutando há bastante tempo e, por enquanto, nada é resolvido. Se todos os concursados fossem convocados, iria melhorar a carência e daria mais dignidade ao ensino”.

Mário Sérgio Júnior

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