Certificação para professores

Matéria publicada hoje no Jornal Folha da Manhã

A partir de 2013, a secretaria estadual de Educação buscará beneficiar e estimular os mais de 75 mil professores da rede com o Programa de Certificação de Professores. Os docentes poderão ganhar um aumento salarial de até R$ 4 mil, depois de realizarem exames anuais que avaliarão seus currículos e conhecimentos. Ao todo, eles deverão percorrer três níveis para chegar a “Certificação Master”. No entanto, professores e o Sindicato Espadual dos Profissionais de Educação (Sepe) parecem não aprovar o novo programa.

Através de algumas avaliações voluntárias, o professor estadual terá suas técnicas pedagógicas analisadas em três níveis. No primeiro ano, ele prestará o teste nível 1 e, caso seja aprovado, conquistará acréscimo de até R$ 1 mil. Após um ano, o docente que conseguiu confirmar o primeiro nível, poderá fazer uma nova avaliação e obter aumento de até R$ 2 mil. O “Certificação Master”será o terceiro nível, no qual os aprovados conseguirão aumentar o seu salário em até R$ 4 mil, um ano após terem passado pelo nível 2. De acordo com a nova regra, o adicional conquistado no primeiro nível não será perdido se os candidatos não conseguirem aprovação no segundo, mas o docente será obrigado a fazer nova prova após 5 anos, para renovar a certificação.

Os profissionais com mais de um ano de magistério no estado, que lançarem notas no Conexão Educação, participarem das avaliações externas, aplicarem o Currículo Mínimo e apresentarem 90% de frequência presencial no ano poderão tentar a aprovação nos exames. O plano de carreira do funcionalismo não será afetado pelos aumentos, o que daria possibilidade do professor obter três formas de remuneração: bônus, progressão de carreira e o novo programa.

De acordo com o secretário estadual de Educação, Wilson Risolia, com o novo programa, o profissional do estado não perde nada, só agrega a ainda conta com as opções anteriores.

- Essas medidas são complementares. A certificação agrega ao salário, pois o docente poderá optar por recolhimento previdenciário naquele período em que estiver recebendo com a certificação e se aposentar pela média. Também manteremos nosso plano de carreira que foi uma conquista, justa, da classe, e, além disso, continuaremos o pagamento de bônus pelo resultado das escolas – explicou o secretário de Educação, Wilson Risolia.

Com o aumento, o profissional do estado com carga horária de 30h mensais e três anos de carreira — que hoje recebe cerca de R$ 2100 — passaria a receber até R$ 6 mil com o novo programa.

Sindicato não concorda com programa

O programa de gratificações parece não satisfazer os desejos do sindicato e de alguns professores. A professora de matemática Patrícia Maciel, com 24 anos de carreira no estado, acredita que os exames possam gerar competição e são desnecessários. “Se os professores foram contratados, eles possuem qualificação ou entraram por meio de concursos, o que também pode provar suas respectivas capacidades. Com o baixo salário que a maioria ganha, muitos precisam trabalhar em mais de um local para conseguir sustento. Logo, não sobraria muito tempo para estudar todo o material que a secretaria de Educação provavelmente pedirá. Poderíamos ser valorizados de outras formas”, disse.

De acordo com coordenadora geral do Sepe em Campos, Cristine Marcelino, a instituição é contra qualquer tipo de gratificação. “Com esse programa, os professores ainda teriam que passar por uma avaliação e os inativos e aposentados não seriam beneficiados. O que somos a favor é que haja aumento do piso salarial para toda a classe, e é o que pleiteamos”, afirmou.

 

Letícia Manhães