Medo ronda bancos escolares da cidade
A violência tem adentrado o ambiente escolar. Todas as semanas, histórias de agressões físicas e verbais cometidas por alunos contra professores e colegas de classe estampam as páginas dos jornais em todo o país. O resultado disso é um clima de insegurança que afeta a todos, num lugar que deveria ser seguro e de socialização. Diretores de escolas e docentes, entre outras autoridades ouvidas pela equipe da Folha têm a mesma opinião: “o problema existe porque falta estrutura familiar, profissionais capacitados e uma política pública voltada para a juventude que evolui a cada dia”.
Em Campos, o caso mais recente aconteceu no último dia 19, quando um aluno de 14 anos ameaçou de morte uma professora na Escola Municipal Lions I, no Parque Santa Rosa, em Guarus. O aluno já havia sido transferido da E.M. Fernando de Andrade, no Parque Guarus, pelo mesmo motivo.
A diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Graciete Santana, disse que o sindicato recebe constantemente reclamações de professores que são gredidos verbalmente e até ameaçados dentro da sala de aula. “A educação não deve se limitar aos muros escolares. O aluno precisa de atendimento pleno. Falta, no entanto, não só no município, mas no Estado, uma política pública voltada para aqueles que são vítimas dos problemas sociais. Hoje, é grande o número de professores licenciados. Desestruturado, ele abandona a profissão”, disse Graciete.
Uma professora da rede estadual, que não quis se identificar, disse que não só a violência física é uma ameaça, mas a psicológica. “Fui obrigada a dar nota a uma aluna, que não freqüenta as aulas com regularidade, porque ela é filha de um traficante. Se não fizesse isso, colocaria minha vida em risco”, disse.
Outra professora da rede municipal disse que deixou de lecionar após sofrer uma agressão dentro de sala. “Fui vítima de uma bomba caseira que colocaram embaixo da minha mesa. Quando sentei na cadeira, ela explodiu. Me aposentei por invalidez, por ter desenvolvido a síndrome do pânico. O maior problema é a omissão dos pais e responsáveis”, afirmou ela.
A Guarda Civil Municipal conta com a ronda escolar, um projeto que consiste nas visitas às escolas para palestras sobre a violência. O mesmo ocorre na Polícia Militar, que também tem um programa voltado para as unidades escolares. O patrulhamento é feito nos horários de entrada e saída dos alunos.
*Imagem inserida pelo Blog
Fonte: Folha da Manhã
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