SOS EDUCAÇÃO EM CAMPOS

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terça-feira, 15 de novembro de 2011

15 DE NOVEMBRO - Dia da Proclamação da República!!!

Não houve um só tiro que pudesse revelar que se tratava de um golpe e não de um desfile. Se disparos ecoassem (de fato, houve dois, mas ninguém os escutou), talvez aqueles 600 soldados percebessem que não estavam ali para participar de uma manobra, mas para derrubar um regime.
Na verdade, vários militares, ali presentes, sabiam que estavam participando de uma quartelada. Mesmo os que pensavam assim achavam que quem estava caindo era o primeiro-ministro de Ouro Preto. Jamais o Imperador D. Pedro II - muito menos a monarquia que ele representava.
Não é de se estranhar a ignorância dos soldados do 1° e do 3° Regimento de Cavalaria e do 9° Batalhão. Afinal, até poucas horas antes, o próprio líder do golpe estava indeciso. Mais: estava doente, de cama, e só chegou ao Campo de Santana quando os canhões já apontavam para o quartel. Talvez ele não tenha dado o "Viva o Imperador!" que alguns juraram ouvi-lo gritar. Mas com certeza, impediu que pelo menos um cadete berrasse o "Viva a República!", que supostamente estava entalado em muitas gargantas.
A cena foi bem estranha. Montado em seu belo cavalo, o Marechal Deodoro da Fonseca desfilou longa lista de queixas, pessoais e corporativas, contra o governo - o governo do Ministro Ouro Preto, não o do Imperador. O Imperador - isso ele fez questão de deixar claro - era seu amigo: - Devo-lhe favores. Mas o Exército fora maltratado.
Por isso, derrubava-se o Ministério. Difícil imaginar que Deodoro estivesse dando um golpe, anda mais golpe republicano - ele era monarquista. Ao seu lado estava o tenente-coronel Benjamin Constant, militar que odiava andar fardado, não gostava de armas e tiros e, até cinco anos antes, também falava mal da República.
Ambos, Deodoro e Constant, contavam agora com o apoio de republicanos civis. Mas não havia sinal de "paisanos" por perto - esses apenas tinham incentivado a aventura golpista dos dois militares (por coincidência ou não, dois militares ressentidos). O fato é que naquela mesma hora, o Ministro Ouro Preto foi preso e o gabinete derrubado. Mas ninguém teve coragem de falar em República.
Só à noite, quando golpistas civis e militares se reuniram, foi que proclamaram - em silêncio e provisoriamente - uma República Federativa. "Provisoriamente", porque se aguardaria o pronunciamento definitivo da Nação, livremente expressado pelo sufrágio popular.
E o povo a todas essas?
Bem, o povo assistiu a tudo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava, disse Aristides Lobo. Embora Lobo fosse republicano convicto e membro do primeiro Ministério, seu depoimento tem sido contestado por certos historiadores (que citam as revoltas populares ocorridas na época).
De qualquer forma, o segundo reinado, que começara com um golpe branco, terminava agora com um golpe esmaecido. A monarquia, no Brasil, não caiu com um estrondo, mas com um suspiro. E o plebiscito para referendar a República foi convocado em 1993 - com 104 anos de atraso. O Império já havia terminado.
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA DO BRASIL
A proclamação da República foi marcada por dois documentos que possuem tons diferentes: A Proclamação ao Povo Brasileiro, que instaura o novo regime, busca tranqüilizar a população, manter a legitimidade dos funcionários do Estado até novas mudanças, e garantir o cumprimento dos compromissos financeiros com outros países e o Decreto Nº 1, que mostra sua face impositiva, "decretando" a validade do regime em todas as províncias e afirmando a intenção do Governo Provisório em intervir em caso de oposição.

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