Professores da rede estadual contarão com um novo aliado para debater em sala de aula o combate às substâncias entorpecentes. O Governo do Estado lançou nesta quarta-feira (16/11), no Colégio Estadual Jornalista Tim Lopes, no Complexo do Alemão, a cartilha "Tudo o que você pensa que sabe sobre drogas". A publicação - produzida pelo projeto Prisioneiros das Drogas em parceria com as secretarias de Ciência e Tecnologia, Educação, Saúde e Segurança e o Tribunal de Justiça - alerta os alunos para os perigos de entorpecentes como o crack, o álcool e até remédios controlados.
Duzentas mil cartilhas, financiadas pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), foram distribuídas para que os professores das escolas estaduais e da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) possam orientar seus estudantes sobre o tema. Segundo o secretário de Educação, Wilson Risolia, a expectativa é produzir mais um milhão e meio de publicações para distribuir a todos os alunos da rede.
- Desde o início do ano, a Secretaria de Educação planejou todo o pacote de ações para os próximos onze anos em diversas dimensões, e uma delas é voltada para o aluno. Nossa preocupação é verificar quais as necessidades dos estudantes, por isso trabalhamos com programas de saúde. Por isso, precisamos enfrentar temas como as drogas de maneira objetiva e clara - afirmou Risolia.
A cartilha de 32 páginas traz informações sobre todos os tipos de substâncias entorpecentes, aspectos legais e crimes ligados à droga, dependência química e como ajudar um usuário a se livrar das drogas. O livreto tem ainda endereços e telefones de clinicas e instituições que apóiam dependentes químicos. A próxima etapa do projeto será a distribuição, até o fim do ano, de vídeos educativos sobre o assunto.
- Queremos incentivar encontros de pesquisadores, professores e familiares de alunos para que o debate sobre a dependência das drogas seja ampliado. Os estudantes precisam saber que o caminho das drogas é fácil de entrar, mas difícil de sair. Queremos quebrar esse tabu de que não devemos falar muito abertamente sobre as drogas - disse o secretário de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso.
Para produzir o material, o projeto Prisioneiros das Drogas entrevistou cerca de 500 dependentes químicos de 18 a 25 anos de idade, que passaram ou estavam no sistema penitenciário do Estado do Rio. De acordo com a pesquisa, 65% dos entrevistados cometeram crimes por causa do uso de drogas ou por envolvimento com o tráfico. Além disso, 80% dos entrevistados são usuários de entorpecentes.
- Nossa meta não é criminalizar, e sim equilibrar as áreas da saúde, educação e segurança. A ideia de criar a cartilha surgiu depois de uma série de pesquisas, onde constatamos, por exemplo, que 98% dos municípios fluminenses já foram atingidos pelo crack. É importante divulgar esses dados alarmantes - explicou o coordenador do projeto Prisioneiros das Drogas, Oswaldo Munteal.
Fonte: Folha da Manhã
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