Da Agência Brasil, no Rio de Janeiro
Cerca de 100 pessoas, entre professores da rede municipal de ensino do Rio de
Janeiro e integrantes do Sepe-RJ (Sindicato Estadual dos Profissionais de
Educação do Rio), realizaram hoje (12) uma manifestação em frente à prefeitura,
no centro da capital fluminense, reivindicando itens como o reajuste salarial de
20% e plano de carreira unificado. Em função da manifestação, as escolas
municipais tiveram uma paralisação de 24h.
A coordenadora do Sepe, Susana Gutierrez, explicou que um dos principais
motivos da paralisação é a luta contra a política educacional da prefeitura. De
acordo com Suzana, o município do Rio institui o planejamento e a avaliação de
alunos obedecendo métodos que são impostos por fundações, organizações não
governamentais ou institutos privados, "transformando as escolas em fábricas" e
perdendo sua autonomia pedagógica.
"Parte da verba que deveria ir para a educação, vai para institutos e
fundações privadas. A gente acredita que isso não melhora a aprendizagem dos
alunos, pelo contrário, são projetos que negam conhecimentos para eles. Nós
temos uma luta em defesa da escola pública", acrescentou.
Ainda segundo a coordenadora do Sepe, cerca de 500 crianças com idade média
de cinco anos, que estudam nos Cieps (Centros Integrados de Educação Pública) do
Complexo da Maré, na zona norte da cidade, ainda não começaram o ano letivo por
falta de professores, merendeiras e agentes auxiliares de creche, que não foram
convocados pela prefeitura.
Suzana ressaltou que à medida em que as escolas tentam solucionar um
problema, outros vão surgindo."É só a prefeitura convocar que esses
profissionais podem ir para a escola. Em alguns casos, somente um professor
atende duas turmas. Os alunos ao invés de terem as 4h30 letivas, que deveriam
ter, eles estão tendo 2h15. Isso não ajuda os profissionais, pois ficam
sobrecarregados, e nem o desenvolvimento pleno desses alunos", disse.
Já o professor de história da rede municipal de ensino, José Luiz de Souza,
destacou a carga excessiva de trabalho para os professores e principalmente para
os merendeiros de escolas. Segundo ele, em 1.056 escolas municipais há somente
três merendeiros por turno para servir as refeições.
"Já que nós vamos ter a Copa do Mundo e a Olimpíada nessa cidade, a gente
queria pelos menos uma resposta digna, condizente com os mega eventos que irão
acontecer aqui. Se estão tendo gastos vultuosos com esses eventos, nós queremos
também que aconteça gastos vultosos no campo da educação. É o que não vem
acontecendo e a prefeitura nem sinaliza melhorias", protestou.
Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Educação não entrou em
contato até o fechamento desta matéria.
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