Embora tenha deixado claro que a Prefeitura de Campos não
vai interferir nos procedimentos relacionados ao concurso público anulado no
último domingo, a secretária de Planejamento, Ana Lúcia Boynard, afirmou, na
tarde desta segunda-feira, durante entrevista ao programa Folha no Ar, do Grupo
Folha, querer que as provas sejam aplicadas não em um, mas em dois dias.
“Queremos no sábado à tarde e em dois turnos no domingo”, ressaltou ela, que
aguarda até amanhã que o Cepuerj envie todo o calendário para a nova etapa do
concurso que tem 53 mil candidatos. “Até quarta-feira, queremos o cronograma com
todos os procedimentos relativos ao concurso”.
A secretária informou também que a opção pelo Cepuerj se deveu basicamente pelo histórico da instituição, que nunca tinha registrado episódio semelhante ao que aconteceu em Campos no último domingo. Em princípio, não há possibilidade de mudança de empresa para a realização do concurso, devido ao prazo, por ser ano eleitoral. Isso porque a Prefeitura de Campos tem até o dia 5 de julho para homologar o processo. “Não há tempo hábil para contratação de outra empresa”, disse ela.
Durante a entrevista, a secretária se disse preocupada em dar uma resposta às pessoas que participaram do concurso e que por isso, vai cobrar celeridade do Cepuerj, inclusive sobre o calendário e os procedimentos a serem tomados. Segundo ela, cabe à instituição responsável pelo concurso chegar aos responsáveis pelo não envio de 20 provas que faltaram e que também gerou confusão. “A obrigação deles é encontrar os responsáveis”.
Ao ser questionada sobre a possibilidade de todos os candidatos fazerem a prova em Campos, Ana Lúcia foi enfática: “Não vamos agravar mais nada. Não tenho que especular resposta do Cepuerj. Acho apenas que a prova poderia ser aplicada em dois dias, num sábado à tarde e em dois turnos num domingo”, ponderou, sem deixar claro se isso seria suficiente para que a prova fosse aplicada em Campos, para evitar que candidatos tivessem que se deslocar a outros municípios, um dos motivos que levou uma candidata a entrar na justiça pedindo a anulação do concurso, o que rendeu liminar que logo foi derrubada.
O concurso público realizado no domingo pelo Cepuerj, contratado pela Prefeitura de Campos, foi cercado de confusão e incertezas. Na parte da manhã, confusão na Universo e Faculdade de Direito, onde os candidatos reclamaram de atraso, falta de provas, suposto vazamento de informações, inscritos sem cartão de confirmação, remanejamento de salas e suposta violação de provas. À tarde, na Faculdade de Filosofia, também foi registrado tumulto e revolta de candidatos insatisfeitos com o andamento do processo, que acabou sendo anulado. Segundo Ana Lúcia, a decisão pela anulação da prova se deu quando a prefeita Rosinha Garotinho recebeu uma ligação, via celular, de uma candidata. “Ela foi tomada no momento em que a prefeita recebeu uma ligação de candidata de dentro da sala”, informou a secretária.
Em princípio, o concurso tem previsão de acontecer na primeira quinzena de maio, mas o calendário ainda será divulgado pelo Cepuerj, o que deve acontecer até esta quarta-feira, se depender da secretária de Planejamento.
Fonte: Folha da Manhã.
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