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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Trabalhadores não veem razões para comemorações

Matéria publicada hoje no Jornal O Diário.
 
Diversos países celebram nesta quarta-feira o Dia do Trabalhador ou Dia do Trabalho. No Brasil, a data foi consolidada em 1925, após um decreto do então presidente Artur Bernardes. Mas, passados 88 anos, há o que se comemorar? A maioria dos sindicalistas ouvidos pela reportagem do O Diário afirma que não. A desvalorização profissional, demissões e a pressão pelo cumprimento de metas, esse último específico para os bancários, como denuncia o sindicato da categoria, são alguns dos problemas enfrentados.
O presidente do Sindicato dos Bancários, Rafanele Pereira, disse que pelo menos 25 bancários foram demitidos em Campos no final de 2012 e início deste ano. “As agências alegam contenção de despesas, mas a verdade é que o funcionário virou um vendedor de papel dentro da agência. Quando não cumpre as metas estabelecidas, que é vender os produtos do banco, ele não serve”, afirmou Rafanele, destacando que toda essa pressão estaria resultando na morte de colegas. “Eles acabam enfartando”. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e do Mobiliário do Estado do Rio de Janeiro (Sticoncimo-RJ), José Carlos Eulálio, fez coro. Para ele, a data não deve ser de comemoração, mas de reflexão.
 
Construção civil sem acordo
 
Segundo José Eulálio, “o sindicato só comemorou uma vez, em 1995. Embora a categoria até deseje uma festa, não vejo motivos para celebração. Estamos tentando um reajuste salarial de 14%, mas ainda não chegamos a um acordo. Querem dar apenas 8,2%. Com isso, o piso salarial passaria para R$ 812, que está longe de ser o ideal”.
 
A coordenadora geral do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Cristini Marcelino, defende a valorização profissional que, segundo ela, não passa apenas pela questão salarial. “É preciso investimento também nas escolas e creches”.
 
Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio, Ronaldo Nascimento, vê algum avanço. “Em março, a presidente Dilma Rousseff sancionou o Projeto de Lei do Senado 115 de 2007, que regulamenta a profissão de comerciário. Essa lei vai beneficiar 12 milhões de trabalhadores brasileiros”, afirmou ele, destacando que a segunda categoria mais antiga do país não era reconhecida como profissão.
Ronaldo disse ainda que poucos países possuem uma legislação específica para o trabalho como o Brasil, e isso acaba incomodando órgãos internacionais. “A aprovação da lei coroa um trabalho do movimento sindical, liderado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC)”.

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