Especial para o UOL Educação
Em Porto Alegre
Em Porto Alegre, o segundo dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) terminou sem nenhum contratempo que pudesse prejudicar o exame. Entretanto, para alguns candidatos com necessidades especiais, a organização deixou a desejar.
“Há anos faço concursos, e este foi o pior de todos”, reclama Fabio Hermel, 39 anos, que é deficiente físico. O candidato afirma que os fiscais de sala - a quem presta elogios - tiveram que improvisar para que ele pudesse fazer a prova, na Escola Técnica Parobé, na região central da cidade.
“Botaram uns pedaços de madeira sob os pés da mesa para que eu pudesse entrar com a cadeira de rodas. Isso que pedi uma classe adaptada no momento da minha inscrição.”
O estudante, que pretende cursar gastronomia, disse que o prédio em que fez o teste não possuía rampas adequadas para a locomoção de cadeirantes e que os banheiros adaptados estavam deficientes, com barras de metal já soltas das paredes.
Mesma dificuldade viveu Julio Moura, de 43 anos. Apesar de ter solicitado uma mesa adaptada para fazer a prova – disposição garantida e confirmada pelo próprio Inep em telefonema para sua casa – , ele não encontrou sua solicitação atendida ao chegar, nesse sábado.
“O primeiro dia foi um desastre. Três colegas cadeirantes tiveram que trocar de sala durante a prova para realizar o exame nas mesas adaptadas para cadeira de rodas. Para não me atrapalhar na prova, dispensei a troca”, comentou.
Além disso, segundo Moura, no andar em que estava, apenas o banheiro masculino estava adaptado a cadeirantes. Alguns tiveram que improvisar na utilização do banheiro, com foi o caso de Brian de Souza, 16 anos, que passou dificuldades.
Antes do início da prova, outro cadeirante chegou a acionar a Brigada Militar quando viu que faria novamente o teste em uma classe não adaptada.
Sobre a prova, os estudantes tiveram alguma dificuldade em resolver as questões de matemática, conseguiram discorrer bem sobre o tema proposto na redação, mas elegeram a prova cansativa, devido à extensão de seus enunciados.
“Havia uma folha do caderno de questões com apenas duas perguntas. Os enunciados eram muito grandes. A prova de hoje [domingo] estava cansativa, mas achei a de ontem mais difícil”, comentou Adriele Pereira, de 22 anos.
A estudante acabou o colégio há dois anos e busca uma boa nota para se qualificar em um curso de enfermagem. Ela classificou como bem organizado o exame deste ano, ao contrário do Enem de 2011. “No ano passado fiquei com a prova amarela, que teve questões trocadas e erros de português. Então, como estava programado, solicitei para refazer a prova. O problema é que nunca me chamaram para fazer o novo exame.”
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