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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Estudantes anunciam greve na Colômbia em protesto pela educação

BOGOTÁ - A exemplo dos estudantes chilenos, universitários colombianos também estão mobilizando para reivindicar melhorias no sistema educacional do país. Nesta terça-feira, líderes estudantis confirmaram a aprovação de uma greve nas universidades por tempo indeterminado a partir de quarta-feira. A paralisação é um protesto contra um projeto de reforma do governo que, segundo os estudantes, visa à privatização do ensino superior.
A ministra da Educação, María Fernanda Campo, negou a alegação e garantiu ter retirado do projeto, apresentado ao Congresso em 3 de outubro, um artigo que se refere às instituições "com fins lucrativos", o que teria sido entendido pelos universitários como uma porta para a privatização das instituições públicas. Campo alertou que a greve pode ameaçar o cumprimento do calendário letivo e provocar a perda do semestre.
No entanto, porta-vozes da Federação de Estudantes Universitários (FEU) - que agrupa os representantes das 37 instituições públicas de ensino superior e das 17 privadas em todo o país - argumentaram que suas propostas não foram ouvidas, que o projeto não cria vagas suficientes para a demanda de estudos e que os riscos de privatização ainda existem.
A principal reivindicação dos estudantes é que o governo retire o projeto do Congresso e o discuta com sindicatos e entidades estudantis.
- Em uma reforma universitária é preciso haver debates em todos os aspectos: financeiro, de autonomia, de bem-estar da universidade e de acesso e cobertura - disse um porta-voz da FEU, Jairo Rivera.

Manifestação pacífica

Os alunos anunciaram que a greve começará nesta quarta-feira com passeatas que sairão de diferentes pontos de Bogotá, tendo como ponto de encontro final a Plaza de Bolívar.
- A discussão sobre violência é muito clara: não é o momento. Agora é hora de marchas e de mobilização cultural - acrescentou Rivera.
O governo afirma que a reforma vai criar pelo menos 600 mil novas vagas no ensino técnico, tecnológico e nas universidades. Entretanto, os estudantes dizem que é "impossível" criar lugares com o orçamento apertado das instituições públicas - estimado em 600 bilhões de pesos (cerca de US$ 315 milhões) de 2012 a 2014, segundo o Ministério da Educação. Os alunos acreditam que, talvez, seja possível gerar apenas 20 mil novos assentos, aproximadamente.
Na Colômbia há cerca de 1,5 milhões de universitários, dos quais pelo menos 690 mil são de instituições privadas, que também participam do protesto.

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