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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ministério da Educação vai a juiz para evitar outro Enem

LUIZA BANDEIRA
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
A presidente do Inep (órgão do MEC responsável pelo Enem), Malvina Tuttman, se reúne hoje em Fortaleza com o juiz federal Luiz Praxedes Vieira da Silva para defender que o exame não seja anulado em todo o país.
O MEC quer que apenas os 639 concluintes do ensino médio do colégio Christus refaçam o exame. O ministro da Educação, Fernando Haddad, voltou a dizer ontem, em evento político em São Paulo, que "basta aplicar uma nova prova aos alunos que foram, inadvertidamente, beneficiados".
Haddad amenizou o vazamento das questões. "Sempre haverá tentativas de burlar o sistema de segurança." Disse também que somente o inquérito da Polícia Federal irá esclarecer como as questões do Enem vazaram.
A Justiça Federal no Ceará deu prazo até hoje para o Inep se manifestar sobre o pedido do Ministério Público Federal, que quer cancelar o exame nacionalmente.
Outra alternativa proposta pela Procuradoria é a anulação de 14 questões do Enem entregues a alunos do Christus antes da prova. A direção do Christus nega irregularidades. Segundo o colégio, as questões estavam no banco de dados da escola e podem ter sido inseridas ali por alunos que fizeram o pré-teste, sem a escola saber.
Uma aluna do pré-vestibular do Christus, que não está no grupo que teve a prova cancelada, disse à Folha que também recebeu as questões.
O assessor especial do ministro, Nunzio Briguglio Filho, disse que não há nenhuma evidência de que os alunos do pré-vestibular tenham recebido as questões, mas, se isso ficar comprovado, eles podem ter de refazer o teste.
EM CAMPANHA
O ministro participou ontem de novo evento político na cidade de São Paulo onde pretende concorrer à prefeitura em 2012. Ele se irritou quando questionado sobre como encontra tempo para dedicar-se a esse tipo de reunião em meio a uma crise do Enem. "Isso está me tirando duas horas. Não posso visitar minha família? Não posso conversar com meus amigos?"

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