Na fictícia Sucupira, o prefeito Odorico Paraguaçu não tolerava protestos. Para ele, isso era coisa de uma “turma marronzista, calunista, safadista, vagabundista e badernenta”. Para combater as manifestações, ele convocava uma reunião de emergência e solicitava que o seu secretário de estimação, Dirceu Borboleta, tomasse providências. A regra era lotar os espaços públicos de aliados do governo, todos com discursos bem ensaiados. Com isso, Odorico abafava os protestos e criava um fato novo. Se a coisa ficasse muito quente, o Zeca Diabo entrava em cena.
Mas engana-se quem pensa que Odorico não deixou seguidores. Mais de 40 anos após a exibição da novela “O Bem-Amado”, ainda existem grupos que colocam em prática as táticas odoriquianas. Em Campos, o mesmo grupo que promete uma reforma administrativa que moderniza a máquina, segue a cartilha de Odorico. Nesta quarta-feira (06), um “Dirceu Borboleta” esteve na Câmara para ensaiar discursos com o sindicato e ajudou a organizar um ato teatral, com direito a um super trio elétrico do Afonson, o mesmo que desfila no verão da gastança, na praia do Farol de São Thomé. A ideia era abafar o protesto dos servidores municipais e colocar o sindicato para acalmar os manifestantes. Além disso, temendo um protesto mais contundente, a tropa comissionada foi convocada para ocupar espaços no Legislativo.
Para completar, os Odoricos do século XXI lançaram no ar teorias conspiratórias. Segundo os rosáceos, vândalos infiltrados no movimento dos servidores queriam invadir e depredar a Câmara. Ou seja, a mesma tática usada por Odorico contra os “badernentos calunistas” na fictícia Sucupira. É a vida imitando a arte…
E depois ainda se assustam quando as pesquisas mostram o anseio da população por mudanças.
Fonte: Blog do Bastos.
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